Um biomaterial pode ser definido como um material viável usado em um dispositivo médico para interagir com um sistema biológico. Esse material também deve ser biocompatível, ou seja, deve interagir com o organismo sem interromper o processo de regeneração ou mesmo propiciá-lo.
Em geral, podemos classificar os biomateriais por sua natureza química: metais, cerâmicas, polímeros e compósitos, que seriam uma mistura de qualquer um dos itens acima. Os polímeros podem ser naturais (como colágeno ou quitina) ou sintéticos. Possuem grande versatilidade em suas aplicações, pois, ao manipular sua estrutura química e controlar as condições de síntese, é possível obter grande diversidade e complexidade nas estruturas. Sua desvantagem é uma menor dureza e resistência que os metais, e que se deformam com o tempo.
Para obter toda essa variabilidade nos polímeros, diferentes monômeros são utilizados para sua síntese, modificando as proporções e unindo as diferentes cadeias por agentes reticulantes. Aditivos como plastificantes, estabilizadores, preenchimentos e corantes também são usados para melhorar as propriedades do material. Alguns dos materiais poliméricos utilizados como biomateriais são nylon, silicone, poliéster, polietileno, polimetilmetacrilato e cloreto de polivinil.
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Ao combinar os avanços na síntese de polímeros com a compreensão do funcionamento de nossas células, foi possível a síntese de materiais biofuncionais. Esses materiais compartilham algumas das características do tecido que substituem, permitindo seu funcionamento "normal". Um exemplo do desenvolvimento alcançado em biomateriais é a pesquisa realizada para desenvolver uma prótese retiniana.
Diferentes doenças da retina, como retinite pigmentosa ou degeneração macular associada à idade, são caracterizadas pela perda de células fotorreceptoras na ausência de danos aos neurônios da retina. Nesses casos, o uso de um material fotossensível capaz de estimular eletricamente os neurônios existentes permitiria restaurar a visão do paciente.
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Um grupo de pesquisadores do Instituto Italiano de Tecnologia desenvolve uma prótese baseada em um semicondutor de polímero de camada fina. Consiste em um substrato de fibroína de seda revestido com duas camadas de polímero: uma de PEDOT: PPS (poli(3,4-etilenodioxitiofeno)-poli(estireno sulfonato)) que funciona como um eletrodo e uma segunda de poli(3-hexiltiofeno-2,5-diil) (P3HT). Esta última possui uma capacidade fotovoltaica conhecida, com uma absorção máxima a 520 nm. Ao implantar uma camada desse polímero no espaço sub-retiniano em contato com células bipolares e outros neurônios, o grupo de Fabio Benfenati e colaboradores conseguiram restaurar a visão em ratos com um modelo genético de retinite pigmentosa.
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O P3HT é um polímero amplamente utilizado por suas propriedades fotovoltaicas, sendo o material mais utilizado para a síntese de próteses retinianas. É solúvel em solventes orgânicos comuns, é hidrofóbico em seu estado neutro e forma camadas finas de boa qualidade.
GLYMO é um organossilano comumente usado como agente reticulante. Possui dois grupos funcionais distintos: um grupo epóxi altamente reativo, que forma ligações com resinas sintéticas, e três grupos metoxi que, formando um intermediário silanol, se ligam ao vidro e outras superfícies inorgânicas, gerando uma matriz tridimensional.