Como detectar um agente infeccioso que não está vivo? O exemplo do SARS-CoV-2

O tratamento eficaz de uma doença infecciosa muitas vezes depende da possibilidade de se identificar seu agente causador e, assim, poder oferecer um diagnóstico inequívoco da doença. Para isso, a prática tradicional em laboratórios clínicos é tentar isolar o organismo patogênico cultivando-o em condições específicas. Embora seja um processo trabalhoso, é muito útil, pois permite testar a susceptibilidade do microrganismo a diferentes antimicrobianos e, assim, poder propor o tratamento mais adequado para a doença.

Os vírus são agentes infecciosos que dependem das células hospedeiras para se multiplicar. Não possuem estrutura celular nem metabolismo próprio, podendo ser considerados inertes. Embora seja possível cultivá-los em linhagens celulares, a dificuldade e o custo do procedimento limitam seu uso. Por isso, seu diagnóstico é feito por um método indireto, que detecta os anticorpos produzidos pelo organismo em resposta do sistema imunológico.

No caso do vírus SARS-CoV-2, os anticorpos IgG e IgM são detectáveis aproximadamente a partir do sétimo dia após o início dos sintomas. Devido à variabilidade na produção de anticorpos em diferentes pacientes, a OMS descarta a realização de testes sorológicos para o diagnóstico de COVID-19 .

Devido à gravidade desta doença, tornou-se uma prioridade desenvolver métodos que permitam confirmar a presença de SARS-CoV-2 de forma rápida e precisa. O teste de RT-PCR em tempo real permite detectar o vírus até dois dias antes do início dos sintomas e é indicado pela OMS como método de confirmação de escolha.

O vírus SARS-CoV-2 é circundado por um envelope e contém RNA em seu interior. Por isso, para o seu diagnóstico molecular por PCR é necessário primeiro realizar uma transcrição reversa na qual uma enzima (chamada transcriptase reversa) sintetiza uma fita de DNA complementar (cDNA) a partir do RNA. Essa etapa pode levar até 1 hora em ensaios tradicionais.

Subsequentemente, a enzima DNA polimerase reconhece certos locais de cDNA indicados pelos iniciadores (ou primers) e replica a cadeia de DNA. A eficácia deste teste depende do desenho adequado dos primers, e sua duração dependerá do tipo e velocidade da DNA polimerase.  Nos testes de PCR em tempo real, também existe um indicador fluorescente que permite monitorar a quantidade de DNA amplificado em cada etapa.

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Para obter bons resultados também é fundamental trabalhar com uma amostra de alta qualidade. O RNA viral é extraído da amostra biológica por meio de um tampão que ajuda a quebrar as células e liberar material genético, evitando sua degradação.

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Bibliografia:

  1. Organização Panamericana de Saúde. (2020). Diretrizes laboratoriais para detecção e diagnóstico de infecção com o vírus responsável pelo COVID-19, 8 de julho de 2020. Recuperado de https://iris.paho.org/handle/10665.2/52471. Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 IGO
  2. Salazar, A., Sandoval, A., & Armendáriz, J. (2013). Biologia molecular Fundamentos e aplicações nas ciências da saúde (2ª ed). México: McGraw-Hill.
  3. Washington, J. A. (1996). Principles of diagnosis. Em: Medical microbiology, 4ª ed. (pp. 134-43). Galveston (TX): University of Texas Medical Branch.