Aplicações do microRNA no diagnóstico de doenças

Os polímeros de RNA (ácido ribonucleico) podem ser encontrados em todas as nossas células, pois representam a etapa intermediária entre a informação genética armazenada no núcleo (como o DNA) e as proteínas. Tradicionalmente, três tipos principais de RNA são identificados: mensageiro (mRNA), ribossomal (rRNA) e de transferência (tRNA).

O mRNA é gerado no núcleo a partir da transcrição do DNA, e é transportado para os ribossomos, onde é traduzido em uma proteína com a mediação do rRNA utilizando os aminoácidos ligados ao tRNA. Há também RNA não codificante (ncRNA) de cadeia curta, com menos de 200 nucleotídeos, que possui diversas funções entre as quais se destaca a regulação da transcrição.

O microRNA (miRNA) é um ncRNA entre 19-24 nucleotídeos de comprimento. Após ser produzido no núcleo celular, os miRNA são transportados para o citosol. Ali, se ligam ao complexo RISC formado pelas proteínas AGO e TNRC6. Este complexo se liga ao mRNA, inibindo sua tradução ou causando sua degradação. Sob certas condições, pode aumentar a expressão de outros genes ou ativar a tradução.

Os miRNA também são encontrados fora da célula, pois são transportados por vesículas extracelulares para diferentes fluidos. Eles desempenham um papel regulador em vários processos metabólicos e imunológicos, como glicólise, metabolismo lipídico e inflamação.

A expressão descontrolada de certos miRNAs está associada ao aparecimento de doenças, pelo que a sua detecção está sendo estudada como um marcador com valor diagnóstico. Presentes em fluidos biológicos, representam amostras de fácil obtenção, além de serem resistentes à degradação e fáceis de extrair e detectar.

Como exemplos, certas mutações estão associadas ao desenvolvimento do câncer, ao afetar tanto os genes para miRNA como os elementos responsáveis pela sua regulação, processamento e degradação, promovendo assim o crescimento celular descontrolado e/ou dificultando a apoptose e inibição do crescimento.

Da mesma forma, descobriu-se que os miRNA ajudam a manter o correto funcionamento do sistema nervoso central, e que sua expressão aberrante é observada em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson, bem como na esclerose lateral amiotrófica.

Devido ao seu papel regulador na resposta imune, a presença de certos miRNA também pode indicar infecção por certos patógenos, como foi observado na tuberculose, malária, vírus como Ebola, HIV, herpesvírus ou hepatite C.

Essa versatilidade faz os miRNA uma área atraente de pesquisa por suas potenciais aplicações diagnósticas. Na Fujifilm Wako oferecemos produtos da mais alta qualidade para a extração de miRNA, como:

Kit para extração de microRNA Extractor® SP (295-71701)

O kit permite extrair miRNA de amostras de plasma e soro de forma simples. Utilizando colunas de centrifugação, o método evita o uso de solventes tóxicos, proporcionando altos rendimentos e boa reprodutibilidade.

MagCapture™ Kit para isolamento de microRNA, Ago2 Humana (295-74001)

Em humanos, quatro variedades de proteína AGO foram identificadas. É a responsável pela seleção do miRNA que se junta ao complexo miRISC. AGO2 também tem atividade endonucleolítica, razão pela qual é considerada importante na regulação dos miRNAs. Utilizando anticorpos monoclonais anti-AGO imobilizados em esferas magnéticas, o kit permite isolar de forma fácil e eficiente o complexo miRISC presente tanto em culturas celulares quanto em plasma e soro. Da mesma forma, através de diferentes protocolos, permite recuperar os miRNA e mRNA presentes no referido complexo.

 

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Bibliografia

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