9 reagentes úteis para pesquisa do diabetes

Reagentes úteis para pesquisa do diabetesO diabetes mellitus é uma doença causada pelas baixas concentrações do hormônio insulina devido a um défict em sua produção ou por alterações na ação deste hormônio. A principal consequência de sofrer deste distúrbio é um aumento nos níveis de glicose no sangue, pois a insulina participa dos processos metabólicos que necessitam de energia que é proporcionada pelas moléculas de glicose. Esta condição pode provocar danos nos principais órgaõs do corpo humano e pode ser a causa direta ou indireta da morte das pessoas que sofrem desse mal.

Existem diferentes tipos de diabetes, esta doença se classifica fundamentalmente segundo as causas que provocam seu aparecimento. Dependendo do tipo de diabetes mellitus e do estado que o paciente se encontra precisará ingerir insulina artificial para controlar os níveis de glicose. O diabetes tem a cada dia uma incidência maior, sobretudo o diabetes tipo 2, devido ao aumento da expectativa de vida nos países desenvolvidos e do estilo de vida de muitas pessoas que vivem nesses países, muitas vezes sedentário e que leva à obesidade. Por estas razões, o diabetes é uma das doenças que mais preocupa as autoridades sanitárias de países desenvolvidos e em desenvolvimento. O diabetes é tratado com medicamentos e o controle da alimentação, e todas aquelas pessoas que sofrem desse mal devem ter um acompanhamento médico e um controle da glicemia periodicamente. Entre os tipos de medicamentos utilizados para o tratamento do diabetes estão as sulfoniluréias, as glitazonas ou os peptídeos análogos do glucagon.

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Nas últimas décadas, inúmeras pesquisas têm sido desenvolvidas para compreender os mecanismos implicados no desenvolvimento do diabetes, assim como em sua prevenção e tratamento que têm possibilitado uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. Atualmente, continuam sendo investigados diversos aspectos relacionados com o diabetes, em que é necessário contar com reagentes como os que são descritos a seguir:

1. Guangxitoxina-1E

A guangxitoxina 1E, que age bloqueando os canais de potássio do tipo Kv2.1 e Kv2.2, foi isolada da tarântula Plesiophrictus guangxiensis sp. nov. A vantagem no uso dessa substância para esclarecer a função destes canais é sua especificidade, ja que não apresenta nenhum efeito significativo sobre o restante dos canais de potássio, nem sobre os canais de cálcio ou de sódio. Como os canais de potássio do tipo Kv2.1 estão envolvidos no aumento da secreção da insulina dependente de glicose e na regulação das células pancreáticas que também respondem à glicose, contar com um composto que bloqueie seletivamente estes canais é muito útil nas pesquisas do diabetes.

2. Tolazamida

A tolazamida pertence ao grupo de medicamentos antidiabéticos com estrutura química de sulfoniluréias. As sulfoniluréias são medicamentos utilizados para tratar o diabetes porque provocam um aumento da produção de insulina ao agirem como bloqueadores dos canais de potássio dependentes de ATP. No caso de tolazamida, ele é uma sulfoniluréia de primera geração, que pertence aos antidiabéticos descobertos na década de 60, do século pasado. Este medicamento tem servido para estudar o mecanismo de ação das sulforineias em geral, demostrando que estas substâncias são capazes de estimular o transporte de glicose e de outros acúcares.

3. Gliclazida

A glicazida, semelhante à tolazamida, é uma sulfonilureia utilizada para tratar o diabetes mas, neste caso, já pertence à segunda geração deste tipo de medicamentos. Ela se diferencia do resto dos medicamentos deste grupo por uma atividade mais seletiva para o pâncreas e suas propriedades farmodinâmicas favoráveis. Por estas razões, e pela proteção cardiovascular maior que o consumo de glicazida oferece aos pacientes, este medicamente tem sido objeto de pesquisas.

4. Metformina

A metformina, que a empresa Wako comercializa en forma de cloridrato, é um dos medicamentos mais utilizados em pacientes com diabetes para controlar a glicemia sem se tornar insulino-dependente. A metformina, assim como outras biguanidas, reduz a produção de glicose no fígado, conseguindo dessa forma que não haja picos de insulina em pacientes com baixos níves de insulina.

5. Aldose redutase humana recombinante

A enzima aldose redutase humana é utilizada na pesquisa do diabetes, já que participa da degradação dos açúcares, catalisando as reações de oxidação de grupos carbonilas contidas nas estruturas destes compostos. Uma das principais funções desta enzima é a conversão de glicose em sorbitol, que posteriormente se converte em frutose, uma rota alternativa da glicose que é potenciada em pacientes diabéticos. A aldose redutase está associada a muitas complicações que o diabetes traz, com a cegueira, e por isso se pesquisam inibidores desta enzima como medicamentos em potencial no tratamento destas condições.

6. D-3-hidroxibutirato desidrogenase

No caso da enzima D-3-hidroxibutirato desidrogenase, sua relação com o diabetes também é dada por participar em uma rota metabólica para a obtenção de energia por parte dos tecidos quando não se produz insulina ou os níveis estão baixos. Os corpos cetônicos (3.hidroxibutirato) formados durante esta rota podem causar a cetoacidose apresentada por alguns diabéticos, uma complicação extremamente perigosa do diabetes quando se aumentam os níveis de corpos cetônicos. A enzima D-3-hidroxibutirato desidrogenase, disponível nos catálogos da Wako, provém de bactérias do gênero pseudomonas e pode ser útil para pesquisas de diabetes tipo 1 e tipo 2. Além disso, é utilizada em estudos de algumas doenças como Parkinson e a doença de Alzheimer, onde se observou que pequenas quantidades de corpos cetônicos produzem um efeito protetor contra a neurodegradação.

7. GLP-1 (peptídeo-1 similar ao glucagon)

O peptídeo 1 similar ao glucagon-1 (GLP-1) é um hormônio peptídico pertencente à classe das incretinas. Este peptídeo é secretado pelas células L enteroendocrinas situadas principalmente no intestino delgado e no cólon. O GLP-1 é um estimulante glicose-dependente da secreção de insulina pancreática e além disso atua como inibidor da secreção de glucagon pancreático. Este composto, diretamente relacionado com o diabetes por sua ação sobre a insulina e o glucagon, é capaz de frear a motibilidade gastrointestinal, aumentar a saciedade e reduzir a ingestão de alimentos, mecanismos que ficam afetados em alguns diabéticos.

8. Resistina humana recombinante

A resistina é uma substância que tem esse nome por sua resistência à insulina. As concentrações de resistina no plasma sanguíneo estão associadas aos medicamentos antidiabéticos e às condições que favorecem o diabetes, como a obesidade. Assim, esse hormônio dimérico é pesquisado em profundidade, e pode ser que seja uma das peças-chave para a prevenção e tratamento do diabetes, sobretudo em pacientes obesos. A resistina também poderia ser usada como biomarcador do diabetes.

9. Domínio globular da proteína recombinante Acrp30 (proteína de 30 kDa do adipócito relacionada com o complemento) de camundongo

A adiponectina, conhecida como Acrp30 por sua sigla en inglês - 30-kDa adipocyte complement-related protein - é uma proteína secretada pelo tecido adiposo humano. Neste caso, se comercializa o domínio globular da proteína procedente da descomposição do Acrp30 de camundongo, análoga à adiponectina 1. Esta proteína tem uma grande implicação na sensibilidade à insulina, juntamente com leptina e seus níveis no sangue são inversamente proporcionais à obesidade. O uso da Acrp30 nas pesquisas relacionadas com a insulino-resistência ao domínio globular da proteína do camundongo se comprovou que é mais ativo que a proteína em sua totalidade.

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