A técnica de ELISA surgiu para substituir a marcação com isótopos radioativos que se utilizava nos imunoensaios. Considerando todos os inconvenientes que o uso de moléculas radioativas acarreta, especialmente os perigos para a saúde humana e os resquícios nocivos para o meio ambiente que são gerados ao se trabalhar com essas moléculas, pesquisadores de vários países começaram a pensar sobre se utilizar a marcação enzimática nos ensaios imunológicos. Foi assim que na década de 1960 e início dos anos 1970 foram realizadas as pesquisas voltadas à implementação da marcação com enzimas para sinalizar a reação que ocorre entre o antígeno e o anticorpo. Paralelamente, dois grupos, um sueco e um holandês chegaram a desenvolver a técnica de ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay), o ensaio por imunoabsorção ligado a enzimas.
Para que esta técnica tivesse a importância que atualmente apresenta, em todos os laboratórios que requerem ensaios imunológicos, fez falta o desenvolvimento de alguns acessórios que possibilitaram um projeto mais simples e uma maior eficiência das determinações. Começaram a ser comercializadas as microplacas de 96 orifícios, os frascos para lavar as microplacas e outros acessórios. Também foi necessário aplicar o avanço tecnológico que se havia alcançado nesse momento para a melhoria dos instrumentos utilizados para desenvolver a análise pela técnica de ELISA, por exemplo, a automatização das micropipetas e os leitores de microplacas.
A técnica de ELISA começou a ser usada tanto nos laboratórios de diagnóstico clínico, como nos de imunoensaio e biomedicina em geral, como um dos métodos rotineiros mais comuns. A partir deste boom, as companhias se esforçaram por desenvolver kits ELISA específicos para uma molécula ou para um grupo de moléculas com alguma característica em comum.
Para fazer a análise por ELISA o analito de interesse se une a uma matriz sólida, daí seu nome ser ensaio por imunoabsorção, já que na verdade a afinidade do analito com algum componente da matriz faz com que este fique absorvido por ela. Diferentes métodos para realizar o ensaio de ELISA podem ser utilizados, o método direto, o indireto ou sanduíche e o competitivo. Além disso, pode-se obter um resultado qualitativo ou quantitativo, segundo as necessidades do pesquisador.
Para os laboratórios de biomedicina, os kits ELISA representam uma ferramenta de baixo custo e de fácil uso, que requer pouco tempo para sua realização se o compararmos com outro tipo de análise como são as análises genéticas, que requerem um tempo maior para a obtenção dos resultados e equipamento mais caro. O uso dos kits ELISA proporciona uma elevada especificidade e sensibilidade, além de ser um método simples de detecção de biomoléculas.
Nos laboratórios de biomedicina se estudam as causas das diversas doenças e suas formas de tratamento, por isso se é necessário fazer ensaios imunológicos, muitas vezes se opta pelo método ELISA para realizá-los. A empresa Wako oferece para os pesquisadores kits comerciais ELISA para a determinação de substâncias relacionadas com diversas doenças. Por exemplo, para pesquisas de diabetes a Wako conta com diferentes kits ELISA, como:
Estes kits permitem determinar a quantidade de glucagon nas diferentes amostras no estudo, assim como a dos peptídeos similares ao glucagon GLP-1 e GLP-2. Também do peptídeo conector conhecido como peptídeo C que é utilizado como biomarcador para analisar o funcionamento de células envolvidas no metabolismo da insulina no estudo de diferentes complicações que padecem os doentes de diabetes.
VER TAMBÉM: 9 reagentes úteis para pesquisa do diabetes
Se as pesquisas são sobre a obesidade pode-se utilizar outros kits ELISA como é o Kit de ELISA para leptina de rato. A leptina é um hormônio que se descobriu ter relação com a obesidade e outras doenças, de modo que sua medição é necessária em diversas pesquisas onde se estuda o papel dos adipócitos nas mesmas.
Para pesquisas do sistema endócrino e de doenças cerebrovasculares também se utilizam os kits ELISA de estrogênios (E1/E2/E3) e Kit ELISA para etinilestradiol (EE2), sendo este último um estrogênio de tipo sintético que se consome como anticoncepcional e para outros distúrbios hormonais. Nos laboratórios onde se pesquisa o desenvolvimento dos órgãos sexuais desde a fase embrionária também são úteis estes kits ELISA. Com o kit ELISA para estrogênios se pode analisar os estrogênios mais comuns que são a estrona (E1), o estradiol (E2) e o estriol (E3).
1) Engvall E, Perlmann P., Immunochemistry, 1971, 8, 871–874; van Weemen BK, Schuurs AHWM., FEBS Letts, 1971;15:232–6.
2) Goldsby, R. A., Kindt, T. J., Osborne, B. A., & Kuby, J., Immunology, Ed. W.H. Freeman, & Company, 148-150, 2003.
Creatinina LabAssay – Kit de reagentes | Kits para teste ELISA para amiloide β | Acrilamida Phostag™ |