A imunologia, etimologicamente um neologismo híbrido do latim inmunis e o grego logia, é o termo científico para identificar o ramo das ciências biológicas que estuda as respostas de defesa aos estímulos exógenos ou endógenos e seus desvios patológicos. O surgimento das vacinas marca o nascimento histórico da Imunologia. Conhecimento que permitiu estudar o sistema imunológico e os mecanismos necessários para exercer sua ação protetora.
O sistema imunológico é composto por órgãos, tecidos, células e moléculas que agem de forma ordenada. Alguns desses componentes formam a imunidade natural, compreendendo as barreiras físicas, tais como a pele e mucosas, o sistema complemento, citocinas, células fagocíticas, entre outros. A imunidade específica ou adquirida reúne os mecanismos de defesa induzidos pela exposição a substâncias estranhas; estes são os linfócitos, as células apresentadoras de antígenos, e os anticorpos. No entanto, a principal classificação baseia-se na natureza destes elementos, dividindo o estudo em elementos humorais e celulares.
Os anticorpos (Ac) ou imunoglobulinas (Ig), os grandes protagonistas da resposta imune humoral, são proteínas globulares sintetizadas por linfócitos B capazes de se ligar especificamente a um fragmento de antígeno. Um antígeno é qualquer estrutura, própria ou estranha, que desencadeia uma resposta do sistema imunológico. Dentro de sua estrutura, as partes que são reconhecidas de forma específica são chamadas de epítopos ou determinantes antigênicos. As funções dos anticorpos são neutralizar os antígenos formando um complexo estável com eles (complexo imune), opsonizar antígenos facilitando sua fagocitose por diferentes células e ativar o sistema complemento.
Graças ao conhecimento da estrutura do anticorpo se conseguiu a criação de moléculas de anticorpos completamente fora do hospedeiro natural. O anticorpo monoclonal foi obtido pela primeira vez em 1975 por Köhler e Milstein, por meio de uma célula híbrida gerada in vitro. Desde então, o crescente desenvolvimento de tecnologias para a produção de anticorpos permitiu, por exemplo, gerar anticorpos monoclonais humanos ou anticorpos humanizados do camundongo e isolar anticorpos humanos de pacientes expostos a certos vírus patogênicos.
Entre as principais áreas de aplicação dos anticorpos estão a pesquisa, a biomedicina, o diagnóstico e a terapêutica. Eles são biomoléculas extraordinárias para o diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas, auto-imunes, alérgicas, oncológicas ou congênitas, e até mesmo para testes relacionados com transfusões e transplantes. Seu uso na pesquisa permite a identificação e clonagem de genes, o isolamento de proteínas, a ativação de enzimas, bem como a localização de moléculas em tecidos, entre outras aplicações.
A empresa Wako, fabricante e distribuidor de reagentes para pesquisa, contribui com uma grande variedade de anticorpos. Entre eles, podemos descrever os pertencentes à nova série Anti-Iba1 utilizados na pesquisa de patologias cerebrais.
Iba1 é uma proteína que se expressa particularmente em células microgliais e macrófagos, uma vez que se liga ao cálcio especificamente nestas células quando ativado em resposta a um dano neurológico durante uma lesão ou patologia cerebral. Recentemente, a micróglia tem despertado grande interesse do meio científico devido ao seu envolvimento em várias doenças neurodegenerativas do sistema nervoso central (SNC), bem como seu papel nos fatores neurotróficos e nas ações neuroprotetoras. É comumente conhecido como um marcador de micróglia no SNC.
O anticorpo Monoclonal Anti-Iba1 (clone NCNP24) Wako é um Ac primário com alta especificidade e baixo fundo inespecífico, obtido a partir do camundongo. É útil para testes de imunomarcação combinados com um anticorpo secundário, anti-camundongo IgG conjugado com biotina. Permite marcar, eficaz e, especificamente, micróglia em camundongo, rato e mico por Imunohistoquímica em lâminas congeladas. É fornecido em duas apresentações: 10μL (Cat. (012-26723) e 50μL (Cat. (016-26721).
Os anticorpos Policlonais Anti-Iba1 da Wako (coelho) são desenvolvidos a partir da imunização de um peptídeo sintético correspondente à sequência do terminal carboxila de Iba1. Estes anticorpos reagem especificamente com macrófagos/micróglia mesmo em lâminas de parafina sem reação cruzada com neurônios e astrócitos. O Anticorpo Policlonal Anti-Iba1 Cat. 019-19741, para imunocitoquímica, permite reconhecer micróglia/macrófagos em camundongo, rato e humanos em concentrações de 1 a 2 mg/mL. É indicado, por exemplo, para dupla marcação de tecido cerebral e cultura celular, combinado com o anticorpo monoclonal anti-GFAP específico para astrócitos. O Anticorpo Policlonal Anti-Iba1 Cat. 016-20001, é projetado para ser usado em Western Bloting, identificar micróglia em camundongo, rato e humanos em concentrações de 0,5 a 1 mg/mL.
Ademais, se quiser reduzir o tempo e etapas na marcação convencional com o anticorpo secundário e reduzir o nível de fundo inespecífico, a Wako possui os reagentes de laboratório: Anticorpo Policlonal Anti-Iba1 Conjugados com Biotina, Cat. 016-26461 e Anticorpo Policlonal Anti-Iba1 Conjugado com Fluorocromo Vermelho (635), Cat. 013-26471. Através da sua aplicação na Imunohistoquímica, pode-se obter sinais da localização de micróglia mais claros do que utilizando um anticorpo secundário. Ambos anticorpos são reativos em camundongo, rato e mico em lâminas congeladas.
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