Boas práticas no laboratório de culturas celulares

Boas práticas no laboratório de culturas celularesA cultura celular visa manter gruposde células vivas e funcionais fora do seu ambiente natural. Isso permite estudar, sob condições controladas, a resposta das células a diferentes estímulos.

O uso destastécnicas de cultura é muito importante em diferentes áreas de pesquisa biológica, como em técnicas para gerar células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), através da estimulação de células adultas com diferentes fatores de transcrição.

Você pode ler mais sobre culturas de células em nosso blog: 4 reagentes para uso em laboratórios de culturas celulares

O sucesso no desenvolvimento e manutenção de uma linhagem celular é um processo delicado que requer atenção aos detalhes e uma manutenção cuidadosa e rigorosa do equipamento utilizado. Por exemplo, há um risco constante de contaminação das culturas por microorganismos, que pode ser evitada pelo manejo adequado do equipamento e material para manter o ambiente estéril em todos os momentos.

A fim de evitar a contaminação por microrganismos presentes no ar, são utilizadas capelas de fluxo laminar. Estas devem ser esterilizadas antes do uso, e é aconselhável permitir que o ambiente interno se equilibre ao menos por 15 minutos antes de iniciar o trabalho.

Também é importante garantir que o ambiente do laboratório de trabalho seja o mais limpo possível. Portanto, recomenda-se limpar e desinfetar pisos e mesas de trabalho e evitar o acúmulo de caixas de papelão e resíduos próximos às áreas de trabalho.

Equipamentos que são usados rotineiramente devem ser desinfetados com substâncias apropriadas, tais como centrífugas e todos os seus acessórios, banhos de água e incubadoras. Da mesma forma, os meios de cultura, reagentes e materiais devem ser esterilizados.

Também é importante, para evitar a contaminação química, que o material seja lavado com substâncias que não deixam resíduos tóxicos e enxaguados com água bidestilada antes de ser esterilizado. No caso de meios de cultura sensíveis ao calor, eles podem ser esterilizados por filtração com filtros adequados (tamanho do poro inferior a um quarto de mícron).

Em alguns estágios de obtenção de uma cultura celular, é necessário o uso de antibióticos e antifúngicos. Esse uso deve ser cuidadosamente monitorado para evitar o desenvolvimento de resistência e modificações genéticas nas células cultivadas, bem como para mascarar a possível contaminação de uma cultura.

Na FUJIFILM Wako, oferecemos uma variedade de produtos que ajudarão você a manter as condições ideais de trabalho no laboratório.

Solução de Penicilina-Estreptomicina-Anfotericina B (161-23181)

A estreptomicina é um antibiótico aminoglicosídeo que inibe a síntese de proteínas ribossômicas pela ligação à subunidade 30S do ribossomo bacteriano. Inibe o crescimento de bactérias, tanto Gram positivas e negativas, e de actinomicetos. 

A penicilina G é um antibiótico betalactâmico que inibe a síntese da parede celular ao nível da síntese de peptidoglicano. É eficaz contra bactérias Gram positivas e negativas, assim como actinomicetos e leptospiras.

A anfotericina B é um antibiótico do tipo macrolídeo poliênico que danifica a parede celular de microorganismos suscetíveis ao se ligar ao ergosterol e formar poros que aumentam a permeabilidade aos íons. Previne o crescimento de fungos e alguns parasitas.

Na FUJIFILM Wako oferecemos a solução antibiótica-antifúngica que contém penicilina, estreptomicina e anfotericina B nas proporções recomendadas, o que facilita a sua incorporação ao meio de cultura, reduzindo sua manipulação. Contate-nos, se você estiver interessado em adquirir este produto.

Meio para Congelamento de células hiPSCs StemSure (197-17831)

Uma vez que o estabelecimento de uma linhagem celular tenha sido alcançado, recomenda-se gerar uma reserva das mesmas, a fim de permitir a renovação celular quando estas começarem a mostrar instabilidade genética após um certo número de subculturas.

O meio StemSure hPSCpermite a criopreservação das células iPS humanas, evitando os danos gerados pelas baixas temperaturas. Por não conter soro ou outros componentes derivados de animais, evita-se a possibilidade de contaminação por vírus e outros agentes infecciosos.

Bibliografia:

  1. Martin, B. M. (1994). Tissue culture techniques: an introduction. Springer Science & Business Media.
  2. Vierck, J. L., Byrne, K., Mir, P. S., & Dodson, M. V. (2000). Ten commandments for preventing contamination of primary cell cultures. Methods in cell science, 22(1), 33-41.