5 reagentes para laboratório extraídos de plantas

Reagentes para laboratório extraídos de plantasEm muitas investigações científicas utilizam-se reagentes químicos extraídos de diversas plantas. Os compostos naturais podem ter atividade biológica suficiente que lhes permita serem empregues como fármacos, possam servir de intervenientes em reações químicas para a obtenção de derivados com propriedades de interesse ou simplesmente possuírem uma estrutura molecular especial que sirva de inspiração para o desenho de outras que subsequentemente são sintetizadas em laboratório, entre muitas outras aplicações que estas grandes famílias de compostos podem ter. De acordo com a estrutura química dos compostos extraídos das plantas, estes dividem-se em grandes grupos entre os quais se destacam os terpenoides (incluindo os carotenoides), os alcaloides e os flavonoides, entre os quais se encontram os flavonóis, isoflavonas e antocianinas.

Este artigo pretende esclarecer sobre a utilidade que 5 reagentes para laboratório extraídos de plantas e comercializados pela empresa Wako têm.

Piperlongumina

A piperlongumine, também conhecida como piplartina, pode ser extraída do Piper guineense, do P. tuberculatum, do P. longum e de outras espécies deste género de plantas, arbustos da família das piperáceas. Do género Piper conhecem-se centenas de compostos químicos com atividade biológica, constituindo plantas utilizadas na medicina tradicional de todas as culturas humanas. Descobriu-se que a piperlongumina tem atividade anti-tumoral, pelo que é objeto de investigação em inúmeras pesquisas. Do ponto de vista estrutural, a piperlogumina é um alcaloide que contém uma amida com duas insaturações na posição alfa – beta relativamente ao grupo amida, de um lado e do outro do azoto que se encontra unido a dois grupos carbonílicos. Esta molécula pequena atua como agente electrofílico, reagindo com locais protéicos específicos. Documentou-se que, além disso, esta substância é capaz de inibir a agregação plaquetária, interagir com recetores de androgénios e induzir a formação de espécies reativas de oxigénio, pelo que poderá ser utilizada no tratamento de diferentes tipos de cancro quimio-resistentes. Por exemplo, demonstrou-se que esta substância induz a apoptose em cancro do ovário quimio-resistente ao tratamento com complexos de platina, através da indução da fissão mitocondrial.

A ação da piperlongumina sobre as células cancerígenas, comparativamente às não-cancerígenas, pode estar relacionada com a perturbação do estado rédox da célula que ocorre ao incrementarem-se os níveis das espécies reativas de oxigénio nas células tumorais. O esqueleto desta molécula serviu para tentar a obtenção de fármacos com melhor atividade, existindo já compostos análogos, derivados da piperlongumina de primeira e segunda gerações. Tanto a piperlongumina como os seus derivados investigam-se tendo em vista a sua utilização terapêutica para o tratamento de tumores através da modificação da resposta das células ao stress oxidativo.

Mangustão

O mangustão extrai-se das frutas de uma árvore conhecida como mangustão púrpura (Garcinia mangostana). Os frutos desta árvore utilizam-se não só como alimento mas também na medicina tradicional pelas suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, além dos benefícios que apresenta no tratamento de infeções causadoras de diarreias, da cólera e da disenteria. O mangustão é um dos compostos bioativos mais investigados dos que se extrai desta árvore, sobretudo pelo efeito inibitório que tem perante diversos carcinomas. Esta substância é capaz de reduzir a adesão e a invasão das células cancerígenas, assim como a metástase. Além disso, pode também induzir a apoptose e reduzir a inflamação. Apesar dos mecanismos através dos quais este composto atua ainda se encontrarem em estudo, sabe-se que, por exemplo, em células de cancro pancreático é capaz de inibir a transdução de sinais através da via PI3K/Akt.

Mangiferina

Mangiferina é o nome pelo qual melhor se conhece a xantona C-glicósido extraída da Mangifera Indica, entre outras espécies de plantas. A mangiferina pode apresentar uma grande variedade de efeitos benéficos para o organismo dos mamíferos, por exemplo, segundo estudos conduzidos em ratos submetidos a uma dieta de elevado conteúdo lipídico, protege-os de doenças associadas a este tipo de nutrição, como a obesidade e a hiperglicémia. Este composto é o principal componente ativo do VIMANG, um produto desenvolvido em Cuba e que se utiliza como citostático, antioxidante e suplemento nutricional, entre outras aplicações. A ação da mangiferina como citostático e mediador do stress oxidativo foi já comprovada em diversos estudos realizados com diversas líneas celulares.

Um estudo recente, publicado por um grupo de investigação coreano, concluiu que este composto pode ser utilizado como sensibilizador na terapia com doxorrubicina, sobretudo empregue em tratamentos do cancro da mama. Pela multitude de aplicações que este princípio ativo pode ter como fármaco já foi objeto de estudo de muitas pesquisas e investigações.

Apigenina

A 4′,5,7-trihidroxiflavona, cujo nome comum é apigenina, é um polifenol pertencente à família dos flavonoides. Esta substância natural pode ser extraída de diversos vegetais e frutas, como o limão, a menta e os frutos vermelhos. A apigenina tem efeitos anti-inflamatórios e anticancerígenos, tendo-se demonstrado em estudos in vitro que é capaz de travar o crescimento de culturas celulares do cancro da mama, da pele e do cólon, assim como de tumores malignos sólidos. Os seus efeitos na diminuição de espécies reativas do oxigénio foi estudado tanto in vitro como in vivo.

Descobriu-se que a apigenina suprime a função do microARN em linhas celulares de fígado, através da inibição da maturação do microARN. Também melhora a tolerância à glucose em ratos transgénicos com expressão do miR108. Além disso, comprovou-se que inibe a expressão do fator de crescimento epidérmico, pelo que realizam atualmente alguns estudos para comprovar a sua eficácia como agente terapêutico em casos de alergias e asma. Esta molécula serve de modelo para o desenvolvimento de fármacos pela sua ação biológica.

5,7-Dihidroxiflavona

A 5,7-dihidroxiflavona, conhecida também como crisina, é um flavonoide natural que pode ser encontrado no mel e no maracujá, por exemplo. À semelhança de outros flavonoides descritos anteriormente neste artigo, a crisina tem efeito antioxidante, anti-inflamatório, anti-tumoral e anti-hipertensivo. Esta substância atua pela inibição da aromatase e a indução da apoptose em células tumorais. Estuda-se também a sua ação neuro-protectora, pela sua capacidade de reduzir a morte neuronal ao inibir a apoptose.

Um estudo conduzido em colaboração entre o Instituto de Biologia Patogénica da China e a Universidade da Carolina do Norte dos Estados Unidos, demonstrou que a crisina inibe a replicação do enterovírus 71, causador de infeções que podem chegar a ser mortais em crianças.

OUTROS REAGENTES LABORATORIAIS EXTRAÍDOS DE PLANTAS

Kaempferol, 99% - Indofine Ácido ferúlico - Indofine Curcumina – Indofine
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