As investigações no campo da biomedicina revelam as mudanças que, a nível molecular, ocorrem quando uma pessoa sofre de uma doença. Tendo por base estas mudanças selecionam-se os marcadores a utilizar para o diagnóstico da patologia. De seguida, mediante diversas técnicas analíticas podem-se realizar medições destes biomarcadores nos diferentes fluídos corporais que são extraídos do paciente.
Uma das técnicas analíticas que se pode utilizar é o ensaio ELISA, um teste por imunoabsorção ligada a enzimas. Nos ensaios ELISA utilizam-se anticorpos para determinar a presença ou concentração de péptidos e proteínas, dependendo da realização de um ELISA qualitativo ou quantitativo.
A doença de Alzheimer é demência mais comum atualmente, pelas suas características neurodegenerativas provoca, nos pacientes, uma perda acentuada das suas capacidades cognitivas, de ação e de memória. Com a tendência crescente para aumentar a esperança de vida, fundamentalmente em países desenvolvidos, há uma grande preocupação por parte da comunidade científica em estudar esta patologia que tem uma grande taxa de incidência e maior prevalência em pessoas de idade avançada. Entre as neuropatologias desta doença está a degeneração de algumas partes do cérebro como o lóbulo frontal. Uma das causas da degeneração neuronal é a acumulação do péptido β-amiloide sob a forma de placas, podendo também dever-se à formação de novelos neurofibrilares compostos pela proteína Tau e à perda de neurónios de forma seletiva pelos pacientes com Alzheimer.
O péptido β-amiloide pode ter um papel primordial no Alzheimer já que induz a fosforilação da proteína Tau que, por sua vez, conduz à agregação da proteína e à formação de novelos; a sua interação com catiões metálicos faz surgir radicais livres causadores de stress oxidativo; provoca um aumento na permeabilidade das membranas neuronais e afeta as mitocôndrias. Também pode interagir com recetores GABAérgicos e glutaminérgicos afetando as funções do hipocampo. As cadeias deste péptido estão compostas por aminoácidos, cujo número varia entre 36 e 43 aminoácidos, sendo a cadeia de 40 a mais comum. Os diferentes fragmentos solúveis do péptido β-amiloide como os fragmentos 1-42 e o 31-35 são os mais relacionados com a doença de Alzheimer, segundo concluem os estudos científicos.
Os kits ELISA comercializados pela Wako para o diagnóstico do Alzheimer medem a concentração de β-amiloide de diferentes extensões de cadeia. As pessoas que geneticamente estão predispostas a sofrer de Alzheimer podem apresentar mutações na proteína precursora do amiloide. Estas mutações conduzem a que as isoformas 40 e 42 do péptido β-amiloide se depositem sob a forma de placas senis. Atualmente conduzem-se investigações com o fim de poder detetar a doença no seu princípio e além de mais tentar preveni-la. Por isso, para os laboratórios de investigação é muito útil contar com ferramentas analíticas como estes kits ELISA.
A isoforma mais comum do péptido β-amiloide é a cadeia de 40 aminoácidos, com este kit pode-se quantificar esta isoforma no plasma sanguíneo, no líquido cefalorraquidiano, num cultivo de tecidos e num tecido humano homogeneizado. Contém dois anticorpos específicos, um para o extremo com um N terminal do péptido β-amiloide que se une a qualquer cadeia e outro que interage com o C terminal do β-amiloide formado por 40 aminoácidos.
A cadeia de β-amiloide formada por 42 aminoácidos forma com mais facilidade as placas senis devido às suas características estruturais. Com a utilização deste kit pode-se calcular a concentração desta isoforma do péptido β-amiloide em fluídos humanos e amostras de tecidos. Contém também dois anticorpos, um deles específico para o β-amiloide de 42 aminoácidos.
No caso deste kit ELISA podem-se quantificar tanto a cadeia β-amiloide de 40 aminoácidos como aqueles que contêm uma parte da cadeia de 40 aminoácidos com o extremo C intacto. Isto quer dizer que, caso existam moléculas de péptidos em que a porção da cadeia terminada em N se tenha partido ou modificado embora se conserve o extremo C terminal, também se poderão quantificar. Para este tipo de cadeias utiliza-se a simbologia β-amiloide (x-40).
Para o uso destes 3 kits apenas é necessário seguir uma série de passos simples que são descritos no procedimento que acompanha os recipientes. Adicionam-se as amostras e os standards às placas que se deixam a incubar durante toda a noite em frio. No dia seguinte, adiciona-se a solução do anticorpo de reconhecimento do β-amiloide e deixa-se repousar as placas em frio durante uma hora. Depois de incubar novamente com o reagente cromogénico tetrametilbencidina (TMB) adiciona-se o anticorpo específico para o C terminal da cadeia de 40 ou 42 aminoácidos marcado com peroxidase de rábano (HRP). Este protocolo faz dos kits descritos uma ferramenta simples para qualquer laboratório de investigação que necessite realizar medições de péptidos β-amiloides. Além disso, a Wako conta com outros kits para fins semelhantes, alguns dos quais realizam a deteção em ensaios com baixa abundância de amostra, nomeadas high sensitive.
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