3 complexos de platina para o tratamento de cancro

complexos de platina  para o tratamento de cancro

Os complexos metálicos são substâncias químicas formadas por um metal, que se encontra no centro do composto, ligado a outras moléculas que podem ser orgânicas ou inorgânicas, designadas ligandos. Na terapia anticancerígena, os complexos de metais possibilitaram o desenvolvimento de medicamentos versáteis, com uma enorme variedade de ligandos unidos aos centros metálicos, com o intuito de alcançar especificidade e eficácia na actuação dos medicamentos. A vantagem que os compostos metálicos oferecem, comparativamente aos medicamentos orgânicos derivados da química do carbono é que podem conjugar ligandos a três dimensões, tendo estes a capacidade de interagir de forma muito específica com os alvos terapêuticos.

De seguida descreveremos a utilidade de alguns complexos de platina em investigações e terapias relacionadas com o cancro de alguns complexos de platina. Os complexos referidos são fornecidos pela Wako, distribuidores de reagentes para laboratório.

1. Cisplatino

A descoberta (por mero acaso) deste complexo, na década de 60, foi a base para a investigação de outros complexos de platina como agentes anticancerígenos. O seu uso clínico encontra-se limitado devido à toxicidade de doses elevadas e pequeno espectro de acção, para além de muitos tipos de tumores desenvolverem resistência qundo tratados com este medicamento. Apesar disto, este foi usado no tratamento de tumores em ovários, cabeça e pescoço, assim como em tumores cervicais, testiculares e no pulmão, muitas vezes combinado com outros medicamentos.

O ciplastino é um complexo quadrado plano, formado por um átomo platino II, unido a dois cloros e a dois amoníacos, na posição seis. A geometria deste complexo leva à sua estabilidade e faz com que este se mantenha intacto quando atravessa a membrana celular, onde existe uma menor concentração de cloro, e é hidrolisado. Quando o complexo alcança o interior da célula, os cloros são trocados por moléculas de água, formando estas pontes de hidrogénio com as bases azotadas do ADN. Quando o ADN e os complexos de platina se unem, são activadas várias vias de transmição de sinais que levam à apoptose celular.

As limitações do cisplatino como medicamento levaram a que os investigadores continuassem a procurar outros complexos de platina menos tóxicos, mais selectivos e com um amplo espectro de acção. No artigo que se segue comentaremos as características de alguns destes complexos.

2. Carboplatino

O carboplatino apresenta uma farmacocinética mais favorável que o cisplatino, porque devido à sua estrutura, é menos propício a formar espécies reactivas quando se encontra no interior das células. Sabe-se que em primeiro lugar se forma uma abertura no anel, para que a ligação às bases de ADN seja possível, sendo a sua toxicidade consideravelmente menor comparativamente à do cisplatino.

A substituição dos cloros do cisplatino pelo ciclobutano dicarboxilato, que forma um ciclo com a platina e com a carboplatina, faz com que este último seja mais hidrofílico e tenha uma maior estabilidade.

Estas características fazem com que o carboplatino seja menos tóxico e que se desenvolva uma menor resistência cruzada por parte dos pacientes com tumores. A sua actividade tumoral, tal como a do cisplatino, deve-se ao cruzamento entre cadeias de ADN, onde este se une a ambas as hélices. O carboplatino é também indicado para o tratamento do cancro na cabeça, pescoço, ovários e pulmões.

3. Oxaliplatino

O oxaliplatino foi descoberto ao provar que a substituição dos complexos de platina dos ligandos por outros maiores tem efeito na actividade farmacológica. Neste caso, os ligandos de amoníaco do carboplatino são substituídos por um grupo mais volumoso, o diaminociclohexano, que tal como o ciclobutano dicarboxilato é um ligando bidentado. Esta troca de ligandos torna o oxaliplatino menos tóxico quando comparado com o cisplatino e o carboplatino, para além de os pacientes desenvolverem uma menor resistência ao tratamento com este medicamento. Está comprovado que as proteínas que fazem com que não haja perda de bases de ADN não reconhecem a ligação formada entre as cadeias de ADN e o oxaliplatino, pelo que a actividade antitumoral é muito mais efectiva. Este medicamento é utilizado para tratar o cancro colo-rectal em fase avançada, em certos casos em conjunção com quimioterapia.

Apesar das vantagens do uso do oxaliplatino, comparativamente aos complexos de platina II descritos anteriormente, este apresenta ainda muitas reacções secundárias indesejadas e o seu espectro de acção não é muito amplo. Por este motivo as investigações posteriores ao seu descobrimento foram destinadas ao desenvolvimento de uma nova geração de medicamentos baseados nos complexos de platina IV, onde a geometria passa de quadrada plana a octaédrica, havendo a possibilidade de ligar os novos ligandos ao centro metálico. Pretende-se desenvolver fármacos que, sobretudo, possam ser administrados por via oral e que contenham ligandos fotoactivos com ligação à platina, para poderem ser utilizados em terapia fotodinâmica. Para o desenvolvimento destes novos medicamentos, são ainda importantes todos os avanços e conhecimentos dos mecanismos de acção dos três medicamentos descritos, onde o centro metálico é a platina II, e que se revelaram num enorme leque de possibilidades para as terapias anticancerígenas.

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