7 reagentes comercializados pela Wako utilizados em laboratórios de biologia celular

7 reagentes comercializados pela Wako utilizados em laboratórios de biologia celA biologia celular é uma ciência que engloba todo o ciclo de vida de uma célula até à sua morte, encarregando-se do estudo dos elementos citológicos que compõem todos os organismos conhecidos.

Desde a descoberta da célula por Robert Hooke, até aos dias de hoje já houve avanços apreciáveis neste campo. Investigações na área da Biologia Celular permitiram-nos compreender como funcionam as células em geral e cada um dos seus componentes em particular. Assim sendo, a empresa Wako comercializa uma grande variedade de reagentes laboratoriais para biologia úteis nestas investigações. Alguns serão descritos no presente artigo.

1. Astaxantina

A astaxantina é um carotenóide de cor vermelha, o (3S,3'S)-3,3'-dihidroxi-β,β-caroteno-4,4'-diona, com elevado efeito antioxidante e diversos impactos sob o sistema nervoso central. Esta substância pode atuar como protetora face aos danos produzidos pelas isquémias e melhora as funções cognitivas. Realizaram-se estudos para observar a influência da astaxantina na depressão, ansiedade e outras patologias do foro neurológico. Algumas das suas aplicações como corante refletem-se nas indústrias alimentar e na aquacultura, onde este composto é adicionado à comida com que se alimenta os salmões para que a sua carne tenha a cor vermelha tão apreciada pelos seus consumidores.

Apesar de a astaxantina poder ser encontrada em diversos organismos marinhos como peixes e crustáceos, a astaxantina que a Wako comercializa, é obtida a partir de algas, especificamente da Haematococcus pluvialis. Atualmente realizam-se investigações sobre as propriedades anti-inflamatórias e anticancerígenas deste composto e sobre a sua hipotética utilização como imuno-estimulante.

2. Fucoxantina

No caso da fucoxantina, e à semelhança da astaxantina, tratamos mais um carotenóide que provém de algas marinhas. A Wako obtém a fucoxantina da alga Cladosiphon okamuranus, natural de Okinawa no Japão, podendo também encontrar-se em Undaria pinnatifida que é uma das mais populares algas comestíveis. Este pigmento encontra-se nos cloroplastos das algas marron. É objeto de numerosas investigações pelas suas propriedades anti-inflamatórias, anti-angiogénicas e anti-proliferativas de células tumorais – Além disso, comprovaram-se também os seus efeitos como antioxidante, anti-obesidade e anti-diabético.

3. Fucoxantinol

O fucoxantinol obtém-se através da desacetilação da fucoxantina e pode constituir um dos metabolitos do carotenóide em causa no organismo humano, como consequência da bioatividade da fucoxantina. Tendo em conta todo o efeito anti-cancerígeno que já sabemos que a fuconxantina exibe, comprova-se que o fuconxantinol também o apresenta, tendo-se em algumas experiências reparado que pode ter um efeito ainda mais acentuado do que o da fucoxantina. Realizam-se diversos esforços para investigar os mecanismos pelos quais tanto este carotenóide como os seus metabolitos atuam, para que no futuro possam ser utilizados como agentes quimioterapêuticos.

4. rBC2LCN

Conhece-se como rBC2LCN um marcador de células-mãe humanas indiferenciadas, que também revela utilidade para células-mãe pluripotentes. O rBC2LCN é, estruturalmente, uma proteína de baixo peso molecular com uma conformação enrolada e que se apresenta na forma de uma gelatina compacta.Esta molécula reconhece especificamente a cadeia de açúcar intramolecular de uma glicoproteína chamada podocalixina que se expressa à superfície das células. As suas aplicações no campo da biologia celular são variadas, sobretudo naqueles laboratórios que trabalham com células-mãe com o objetivo de encontrar respostas a perguntas médicas e de ciência básica.

Ver também: Qual a função das células-tronco?

5. Dicamba

O ácido 3,6-dicloro-2-metoxi benzóico conhecido como dicamba, é uma auxina sintética que apresenta a mesma atividade que una hormona vegetal e é utilizada para estudos de cultura de tecidos vegetais. Na presença de dicamba conseguiu-se a regeneração de plantas a partir de inflorescências imaturas passados 21 dias após a inoculação das mesmas.

O dicamba é utilizado como herbicida, simulando a ação do ácido indol 3-acético, auxina natural, no entanto, ainda falta investigar bastante sobre a resposta genética das plantas na presença deste composto sintético. Os herbicidas auxínicos, em geral, podem causar defeitos no crescimento das plantas, inibir algumas respostas fisiológicas e a morte celular. Uma das causas dos efeitos indesejados causados pelos herbicidas são provocados pelo desencadear do aumento da biossíntese de ácido abcísico. Este ácido, por sua vez, causa a acumulação de espécies reativas do oxigénio causadoras dos danos atrás mencionados. As investigações atuais voltam-se para o estudo da possibilidade de o carácter antioxidante do dicamba poder diminuir a acumulação de espécies reativas do oxigénio nas diferentes fases de crescimento das plantas e conseguir-se um controlo dos campos.

6. Sericina

A sericina, proteína produzida pelo bicho-da-seda (Bombyx mori), é considerada como uma das proteínas mais resistentes aos processos de digestão. É utilizada como meio de cultura de células de mamíferos. Também se demonstrou que pode ser utilizada como meio congelante para linhas celulares de mieloma P3U1 e para células do ovário de hámster chinês crioconservadas. Esta substância pode substituir o meio convencional de FBS que contém dimetilsulfóxido, um solvente orgânico tóxico cuja substituição se recomenda sempre que possível. A sericina estimula a proliferação celular e impede a morte celular pelo que constitui um excelente meio de cultura para linhas celulares utilizadas em investigação. Além disso, investigaram-se também as propriedades antioxidantes desta proteína e chegou-se à conclusão de que poderia ser incorporada na dieta humana, pois reporta benefícios para a saúde.

7. Biotina BTL-104 Phos-tag™

A biotina BTL-104 da linha de produtos Phos-tag™ pode utilizar-se para a deteção de proteínas fosforiladas em membranas de PVDF (fluoreto de polivinilideno). Este método necessita, para um funcionamento correto, de peroxidase conjugada de rábano (HRP) e de um reagente quimiluminescente para a deteção. O grupo Phos-tag é um complexo de dois iões zinco estruturais com capacidade de união às moléculas com grupos fosfatos presentes no meio. As vantagens deste método são a sua grande sensibilidade, que não torna necessário tratar a membrana de PVDF para utilizá-la nas medições, e a possibilidade de se poder aplicar a análise por Espectrometria de Massa além de outras técnicas usadas na investigação com anticorpos.

Este reagente é especialmente útil quando se pretende detetar uma proteína fosforilada no resíduo de treonina ou de serina e não se dispõe do anticorpo específico para realizar a deteção. Além da biotina BTL-104 existem outras biotinas (BTL-105 e BTL-111) que diferem no comprimento da cadeia do grupo interposto que une o Phos-tag à biotina. Sendo a biotina BTL-104 a que melhor solubilidade apresenta é a que se recomenda para iniciar os ensaios de deteção.

OUTROS REAGENTES LABORATORIAIS DE BIOLOGIA

Biotina Phostag Matriz celular do tipo I-A Acrilamida Phostag
Biotina Phostag Matriz celular do tipo I-A Acrilamida Phostag

Bibliografia

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