7 produtos exclusivos da Wako para pesquisas do câncer

7 produtos exclusivos da Wako para pesquisas do câncerO câncer é uma doença assim chamada onde um grupo de células começa a se dividir de maneira anormal, afetando um tipo de tecido diferente daquele a que pertence e que tem a possibilidade de invadir outras partes do corpo pelo sangue ou pelo sistema linfático. Na verdade, poderia se dizer que são diversas doenças e não somente uma, pois afetam de formas diferentes de acordo com o tipo de células onde ocorre esta divisão descontrolada, classificando-se como melanoma, sarcoma, carcinoma, leucemia ou linfoma, por exemplo.

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As pesquisas sobre o câncer têm avançado muito nas últimas décadas, e é possível tratar muitos tipos de câncer, e em alguns casos preveni-los ou detectá-los nos estágios iniciais, o que permite que o dano seja menor para o paciente, mas as pesquisas continuam. Sempre há perguntas a serem respondidas sobre essa doença de etiologia tão diversa e que afeta um número crescente de indivíduos. Se nos referirmos aos medicamentos para o câncer, por exemplo, podemos ver o avanço entre as primeiras moléculas que atuavam mediante reações de alquilação tão agressivas para os organismos e as substâncias utilizadas hoje em dia, cada vez mais específicas e que provocam menos reações indesejadas.

Os tratamentos para câncer também continuam se aperfeiçoando, e entre os mais comuns estão a quimioterapia, radiações, transplantes, imunoterapia e outras terapias biológicas e cirurgia. Recentemente, os avanços em biologia celular permitiram conhecer detalhes sobre o câncer que eram desconhecidos pelos cientistas, como por exemplo, o papel do microRNA em muitos processos relacionados ao câncer.

Neste artigo abordaremos os diferentes reagentes de laboratório disponibilizados pela empresa Wako, úteis aos pesquisadores para a abordagem de diversas questões no estudo do câncer.

1. TFAP

O reagente comercializado pela Wako com as siglas TFAP, o N(5-amino-2-piridinil)-4-(tri-fluorometil) benzamida), é usado principalmente em pesquisas de biologia celular, por sua atividade como inibidor seletivo da ciclo-oxigenase 1 (COX-1). A COX-1 é a prostaglandina endoperóxido sintase, enzima encarregada da síntese das prostaglandinas e de outras moléculas desta família que se conhece como prostanoides.

A inibição da COX-1 é considerada como o mecanismo principal através do qual os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides causam danos no sistema digestivo. Enquanto os inibidores da COX-1 como o TFAP apresentam um efeito analgésico, sem causar danos gástricos.

2. PAQ-22

A 3-(2,6-dietilfenil)-2,4-(1H, 3H)-quinazolinediona pode ser encontrada nos catálogos da empresa Wako como PAQ-22. Esta molécula não peptídica é capaz de inibir a ação da aminopeptidase sensível à puromicina (PSA) o citosol alanil aminopeptidase. A PSA é considerada una enzima citosólica com a capacidade de degradar peptídeos e proteínas. Por exemplo, pode degradar a encefalina e participar ativamente nos mecanismos apoptóticos.

A diferença de outros inibidores de PSA, como a puromicina, a PAQ-22 não age como inibidor da aminopeptidase N. Esta característica faz com que esta molécula possa ser usada em experimentos que requerem inibição de PSA para estudar alguma função específica da aminopeptidase N, outra das aminopeptidases envolvidas no desenvolvimento do câncer.

Para as pesquisas que utilizam também PAQ-22 pode ser útil o bioensaio fluorescente que se desenvolveu para esta molécula, o DAMPAQ-22. O DAMPAQ-22 pode ser usado para conhecer a localização exata da aminopeptidase sensível à puromicina, PSA. Por exemplo, determinou-se a localização de PSA em células humanas vivas do tipo MOLT-4.

3. ETB

O epolactaeno de tert-butil éster, ETB, derivado do epolactaeno isolado de Penicillium, tem um efeito citostático maior que este nas células de neuroblastoma humano. Nestas células, assim como nas células de linfoma T de Jurkat humanas, induz à apoptose. Estes epolactenos podem ser obtidos através da síntese química em laboratório. Descobriu-se que o ETB age como inibidor da HSP60 (proteína de choque térmico mitocondrial), ligando-se a esta e inibindo dessa forma a atividade das chaperonas. A diferença de outros inibidores é que o epolactaeno não age intercalando-se no DNA, mas sobre a atividade de algumas enzimas como o DNA polimerase e topoisomerase II. Ao inibir as proteínas HSP60 há uma influencia na duplicação de outras proteínas e na divisão celular, atuando diretamente nos processos que são indispensáveis na progressão do câncer.

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4. Reveromicina A

A reveromicina A, molécula inibidora da síntese de proteínas tem como alvo os osteoclastos. A estrutura morfológica dos osteoclastos maduros, como podem ser os anéis de actina, constituem marcadores funcionais deste tipo de células. Estas estruturas permitem aos osteoclastos estabelecerem uma microzona ácida ao seu redor que os separe da superfície dos ossos. Os distúrbios na atividade destas células trazem como consequência a perda de tecido ósseo que ocorre em muitas doenças dos ossos, entre elas, o câncer.

Estas estruturas permitem aos osteoclastos estabelecer uma microzona ácida à sua volta que os separa da superfície dos ossos. Os distúrbios na atividade destas células trazem como consequência a perda de tecido ósseos que ocorre em muitas doenças dos ossos, e entre elas, o câncer. Por isso é que grandes esforços têm sido feitos na busca de medicamentos que inibam a ação dos osteoclastos, para evitar o desgaste dos ossos. A reveromicina A é de origem natural. Ela é uma molécula pequena que aparece nos catálogos da Wako como sal de sódio, que pode ser usado para tratar a osteoporose e a metátese nos ossos que produzem alguns tipos de câncer.

5. Tricostatina A

A tricostatina A age como inibidor das histonas desacetilases de tipo I e II. As histonas desacetilases têm chamado sempre a atenção nos estudos do câncer pelo fato de que as células cancerosas apresentam uma super exposição destas enzimas. A inibição das histonas desacetilases provoca mudanças na diferenciação celular e nos ciclos de divisão das células, possuindo atividade antitumoral e induzindo a apoptose através da inibição da reação de desacetilação sobre a cromatina. A tricostatina A, assim como a reveromicina A, comentada anteriormente é um produto natural, obtido de bactérias do gênero das Streptomyces. Este medicamento inibe especificamente o ciclo celular normal de fibroblastos de rato nas fases G1 e G2. Além disso, se observou que quantidades muito pequenas de tricostatina A são capazes de provocar altas concentrações de histonas acetiladas em células vivas.

6. Triprostatina A

A triprostatina A pertence à família dos alcaloides e é, como os compostos anteriores, um produto natural, e neste caso isolado do fungo Aspergillus fumigatus. Esta molécula é capaz de inibir o ciclo celular, os efeitos inibitórios sobre a fase M do ciclo celular parece que se devem à interferência na desnucleação dos microtúbulos. Embora também se observasse que a triprostatina inibe a montagem dos microtúbulos em células in vitro. tanto a triprostatina A como a triprostatina B tem servido aos pesquisadores como modelo para o projeto e a síntese de novas moléculas com potencial para serem utilizadas no tratamento do câncer, assim como no estudo do papel dos microtúbulos na divisão celular.

7. MI-22

O N,N,N,N-tetraetil- 2,6-di[(Z)-7-hexadecenil] heptanodiamida, é comercializado pela Wako com as siglas MI-22 de “metastasis inhibitor 22”, pois este reagente é capaz de inibir a metástase provocada por diversos tipos de câncer pela inibição das conexões entre as células cancerígenas e as células normais mediadas pela conexina 26. A conexina 26 é a proteína encarregada de estabelecer estas uniões entre as células e se verificou níveis acima dos normais nas células cancerosas, o que permite que o câncer possa provocar a metástase.

Bibliografia

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REAGENTES PARA PESQUISAS DE CÂNCER

Agosterol A GGsTop ® NCDM-32b
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